segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Da série: INSANIDADES

Pois é, galere, não poderei cumprir com o prometido de colocar os palhaços no picadeiro porque estou aterrorizada com algo que ouvi hoje ainda que em tom de brincadeira... aí vai:

"Vou jogar ácido na sua cara para te desfigurar, aí a gente vai ficar junto e você vai ver que eu te amo."

Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Medo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Redes sociais e relacionamento

Não dá para ficar colocando a culpa da falência dos relacionamentos nas redes sociais. Ficar monitorando ou sendo monitorado é um inferno. Ou se confia ou não se confia. 

Não há como controlar as ações das pessoas seja via cibernética, seja na vida real. No fundo, o que se faz no facebook, por exemplo é apenas um "recibo" das ações, sensações e vontades das pessoas. Quem está seguro em relação ao namoro ou casamento, não se preocupa com curtidas e/ou postagens dos parceiros.

Sem dúvida, as redes sociais contribuem para o agravamento de situações de ciúmes, sobretudo em uma época em que a oferta de informações e pessoas é enorme.

Até porque para tudo se dá um jeitinho,quem quer trair, vai trair e fim da história. A falta de caráter sempre existiu independentemente das redes sociais. 

Escolher com quem nos relacionaremos é a chave de tudo isso. Mesmo que essa escolha consista em ficar sozinho...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ex-piração

Era. 
Era sim e não.

Foi uma era.

Era o que foi
e não é mais.

Não é mais o que era. 

Ainda bem:
era mera merda.


Expiração

Até quando
a pele
apele
pela
palavra,
pela
pele,

pelos 
pelos,
pule.
Não ligue para o apelo da pele pelas palavras, pela pele, pelos pelos, pelo apego.

Pule

uma linha.
um dia
e uma noite.

Pule o apego
e
abrace
o
mundo.


domingo, 1 de junho de 2014

Estar no epicentro do terremoto

Certa vez estava eu em Santiago, na capital chilena, já era tarde da noite, no ano de 2011, lendo tranquilamente “De amor y de sombra” que havia acabado de aquirir. De repente, o casal de senhores, donos da casa na qual eu estava hospedada, me chamam, a mulher, dona Raquel abre abruptamente a porta do meu quarto e diz “Temblor! Temblor!”. Embaixo das cobertas, eu não me movia por comodismo e por surpresa. Estava quente ali e eu não havia percebido nada. “Bajo la puerta! Ven, rápido!” Mas eu não fui. Fiquei olhando para Dona Raquel e para o senhor Gómez embaixo dos batentes das portas do banheiro e do quarto do casal.
Nunca sei se o que virá será como o balanço de um berço
ou causará grandes danos...
Quando me dei conta, um frio percorreu minha espinha, mas quentinha que eu estava naquela enorme cama, não entendia o desespero do casal de senhores até que senti o tremor de terra. Naquela enorme cama eu não me movi. Segurava o livro quando percebi que tudo balançava e, incrivelmente, isso não me assustou. Senti como se estivesse em um berço, balançando... Durou poucos segundos aquele balanço, talvez menos de dez. Menos de dez segundo de “balanço no berço” levando-me a ter a minha primeira experiência com um tremor de terra. Dona Raquel me falou que o ideal é ficar embaixo do batente de alguma porta quando isso ocorrer, pois este que havia acabado de acontecer foi leve, mas nunca se sabe a intensidade, a duração e os danos que podem causar. Para mim, uma típica brasileira que vive na região sul, foi uma informação nova e inusitada. Aliás, no dia seguinte, no instituto no qual eu estava estudando, que era do outro lado da cidade, os canos de água se romperam e não se podia usar o banheiro. 
Acontece que esses dias eu me peguei com um cigarro na boca e o pensamento distante, bem distante, apoiada no batente da porta da minha sala. Quando me olhei, vi que estava em posição de me proteger de um terremoto. Nesse momento, a lembrança da experiência no Chile em 2011 veio muito clara na minha mente: eu estava me protegendo de um terremoto. Simples assim.
Grandes estragos
Comecei a perceber que o conteúdo que povoava meu pensamento levara meu corpo a ter um comportamento de proteção contra terreno movediço. Sim, era e é isso: estou em um terreno movediço e talvez essa circunstância seja a causa do meu estranhamento, desajeito, dúvida, tensão, desespero silencioso e constante no qual eu me encontro secretamente aos olhos do mundo. E digo “estou” e não “estava em um terreno movediço” porque tudo segue da mesma forma que há duas ou três semanas, quando me peguei em “posição de defesa”.
Acredito que o lugar que nascemos determina de alguma maneira quem somos, nossa visão de mundo e nesse sentido, até mesmo a negação desses fatores. Percebo que, para alguém que nasceu em uma terra muito firme, estar em uma terra que pode se deslocar, tremer, abrir-se sem aviso causa alguns sentimentos parentes da angústia e era por isso que eu estava ali, embaixo de um batente de porta, tentado me proteger desses tremores que podem ser como o balanço de um berço ou simplesmente avassaladores e que não dão aviso de sua chegada e sua duração. É neste terreno no qual me encontro agora e não sei como me comportar, não sei como enfrentar ou como mesmo fugir: eu estou tentando me proteger dos seus estragos.

Veio-me, então uma dúvida terrível: terei de viver para sempre me protegendo? Seria melhor fugir e buscar terras mais sólidas? O que me prende a esse terreno movediço? Tenho esperança de que seja apenas um “balançar de berço” e ficarei comodamente na minha cama, com meu livrinho nas mãos achando graça? E agora? Ficar e aprender a lidar com esse terreno movediço ou procurar terras seguras? Aliás, existem terras seguras quando estamos falando de relacionamentos? Creio que umas mais outras menos, porém posso assegurar que no momento, encontro-me justamente no epicentro do terremoto e minhas alternativas para sair disso não estão claras na minha mente (por enquanto).


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mulher: artigo para gaveta – SÓ QUE NÃO!

             

             Lendo sobre dicas de decoração, uma saída para esconder a bagunça de casa é guardar tudo em armários e gavetas. E lindo. Tudo arrumado. Observando como alguns homens tratam suas parceiras, acabo de me dar conta que muitos homens não tem coragem de assumi-las. Há casos e casos: seja pela aparência, classe social, cor, religião ou simplesmente pelo fato de que querem parecer solteiros, solteiríssimos paquitões da paróquia.

            Assumir essas mulheres causaria uma bagunça na tão boa vida desses homens. Eu gostaria de dizer que eles são uns covardes, mas vou me limitar a dizer que eles não valem o que deixam na latrina, até porque, meu foco não é falar deles e sim dessas mulheres que são engavetadas: ou porque gostam, ou porque acreditam em promessas ou pior, aquelas que nem sabem que estão engavetadas.
            Faz pouco tempo, pesquisando para escrever meu projeto de mestrado, deparei-me com um livro muito interessante “Mulher, artigo de cama e mesa”. Esse livro me foi muito útil, ainda que pouco eu tenha aproveitado dele para o corpo do texto como citação, porém ele trazia ideias sobre os papéis sociais de homens e mulheres construídos ao longo do tempo e quanto o patriarcado havia delimitado o território feminino em vários aspectos. O livro tem ilustrações muito divertidas e um texto bastante ácido, vale a pena ler. Hoje, no entanto, estou aqui para falar da mulher que é artigo de gaveta.

Sabe quando um homem só chama você durante a semana para sair ou te ver? Sabe quando ele nunca te leva para conhecer a família dele? (é, porque, só ele conhecer a sua família não quer dizer nada, aliás, ele pode estar engavetando a família toda). Ah, tem aquele das redes sociais, até curte as suas fotos e todas as outras, ou seja, “curto as fotos das minhas amigas”. E aquele, que faz uns programinhas bem secretos com você? Tipo, a última sessão de cinema, aqueles restaurantes nos quais jamais vão pessoas do círculo social dele? Ou melhor ainda: só vai à sua casa, nunca você vai a casa dele (independente de morar com amigos ou com a família).
Gurias, se vocês estão se vendo em alguma dessas situações: cuidado! É bem possível que você esteja sendo um artigo de gaveta. É, você é aquilo que deve ser escondido. E quando digo “aquilo” é porque quero mesmo dizer estão sendo objetos. Passei por isso faz pouco tempo e, sinceramente, a situação é angustiante. Já vi algumas mulheres que aceitaram, mas me parece tão degradante. Em um conversa com algumas amigas cheguei a ouvir “degradante é ficar sozinha”. PUTA QUE O PARIU!!!!!!!! Isso é o cúmulo da baixa autoestima: aceitar ser um objeto de gaveta. Querendo ou não, essa mensagem de autoestima lá no pé é captada pelos parceiros e isso gera um círculo vicioso no qual você vai sendo colocada mais e mais na gaveta.
A solução para isso depende do quanto amamos a nós mesmas. Sair da gaveta pode sim implicar em não mais ter a companhia de um homem. Mas será que a companhia de um homem que te esconde é realmente uma boa companhia? E os sumiços? São recorrentes? Será que viver como se fosse a outra, sempre na penumbra é bom? Onde isso acabará? Como isso acabará? Um belo dia você pode verificar por meio das redes sociais ou mesmo amigos em comum que a sua companhia tem uma namorada, ou melhor, tinha fazia tempo e você era a OUTRA. É bom estar atenta aos sinais...
Não por ser mulher, mas por ser tratada como uma pessoa, como ser humano, como  alguém que merece respeito e valor...  NINGUÉM deve ficar guardado na gaveta. O mundo merece o nosso brilho!!! O pior de tudo isso é que quando estamos com uma pessoa assim, normalmente nos fechamos para outras e deixamos de conhecer e viver momentos incríveis. E aí? Bora lá viver???