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Eu só gostaria de avisar pra ela que talvez ela tenha sido mais covarde que ele. Ele fala que quer namorar, ele admite que está cansado dos fast food e quer uma comidinha caseira, com um tempero único e não algo que vem numa caixinha com peso e altura milimetricamente desenvolvido para saciedade imediata.
Aliás, quem quer viver de algo que sacia, mas não alimenta, ou ainda que alimenta, mas não nutre? Talvez ela esteja arrependida da abordagem franca, até porque nem foi tão franca assim. Talvez ela devesse ter tido a CORAGEM de dizer para seu amigo: "HEY, AMIGO, EU GOSTARIA DE CONHECER ALGUÉM REALMENTE LEGAL, QUE TENHA POTENCIAL PARA UM POSSÍVEL RELACIONAMENTO. VOCÊ PODE ME AJUDAR COM ISSO?" Seria tão mais fácil e sincero. Infelizmente, naquela hora parecia (e obviamente era) fraqueza e carência. Ela esquece que às vezes pode ter fraquezas e que estar carente acontece de quando em quando com as pessoas.


Encher a pança não é que está em jogo, mas sim o ato de saborear aquele alimento tão singular. E o que faz de um alimento singular é a maneira como ingerimos. Podemos estar diante de um prato muito elaborado e comer como um Neandertal, ora pois. Sem apreciar, sem olhar direito, apenas engolir sem mastigar direito...
Agora que ela entendeu isso e está relativamente envergonhada, acho que ela deveria ir falar com o amigo dela. NESSE MOMENTO!!!
P.S.: E o amigo do amigo? Ele continua sendo interessantíssimo à primeira vista. Espero que ela possa começar com uma degustação e saboreie lentamente. Espero que ela não se comporte como uma Neardental, uma selvagem com atos primitivos, incansável (afinal, haverá um momento para isso e será muito bem vindo se ele também se comportar assim).