Tenho percebido que ultimamente minha paciência anda perto de zero.
ZERO. Não acredito nas historinhas “o que essa pessoa te acrescenta?”, “pra que
você precisa dessa pessoa?”, “o que você ganha sendo amigo de fulano?”. Penso
que nossos amigos realmente estão além do material. Existe, entre as pessoas
que se gostam, algo imaterial que proporciona o prazer de estar juntos. Não
precisa dar presentinhos, não precisa fazer favores, não precisa tecer elogios
a todo momento. Basta estar ali, basta ter identificação na essência do que se
é. Não importa o time que torce, o gosto musical, o estilo de se vestir. A
essência importa, isso sim, muito. Amigos são escolha. Trata-se de mais uma
relação bilateral na qual companheirismo e compreensão são essenciais.
Tenho notado, no entanto, que talvez nos aproximemos de pessoas que não
tem absolutamente NADA de parecido com nossa essência. Nos aproximamos de
pessoas seja por questões profissionais ou através de outros amigos e abrir a
intimidade para essas pessoas pode ser muito perigoso. Esses seres sabem se
passar por ótimas pessoas, são ótimos manipuladores que querem você só para
eles e isso vira realmente uma relação parasita-hospedeiro.
Na minha última experiência
(sim, caí em mais de uma), o parasita graças ao bom Deus se mudou de cidade e
isso ajudou a fase de “desmame”. No entanto, percebo que que esse parasita
ainda aproveita qualquer brecha (por meio das redes sociais, inclusive) para
dizer “nossa, como você era bonita naquela época” ou “ah, você não é totalmente
burra”. Alguém que tem coragem de ofender a quem chamava de “amigo” por pura
vaidade mostra que é capaz de qualquer coisa para ver o outro por baixo.
Fico me perguntando qual é o objetivo dessa pessoa ao emitir frases com
o intuito de irritar ou ofender. Além de fingir que não entendo, acredito que
esses ataques sejam uma forma desesperada de causar alguma reação, de atingir,
de fazer sentido ou ter relevância para alguém, no caso eu, que não quer NENHUM
TIPO DE CONTATO. Bom, talvez o objetivo tenha sido alcançado, afinal, cá estou
escrevendo um texto sobre isso.
Continuo não querendo ter nenhum contato, porém permito que isso ocorra
porque não é inteligente querer concorrer com gente que ocupa parte do seu
tempo pensando em coisas para dizer com a finalidade de diminuir o outro (sobretudo
se fazem parte do meio profissional). É um jogo muito difícil de jogar para mim
porque envolve respirar fundo para não mandar à merda e minha paciência anda
cada vez menor. A palavra-chave talvez seja “lidar”. A vontade é dizer “Eu sei
o que você está fazendo, mas estou com preguiça de brigar, então, poupe-nos”. Claro
que isso geraria uma vitimização imediata e, portanto, concluo que não vale o
desgaste e um possível filme torrado em todos os meios em comum. Melhor deixar
o tempo e as pessoas se encarregarem de perceber o parasita que as rodeia e boa
sorte a todos na fase de desmame.